As Viagens de Gulliver, trabalho mais conhecido do escritor inglês Jonathan Swift e um dos clássicos da literatura inglesa, é um romance satírico que conta as aventuras do cirurgião Lemuel Gulliver ao redor do mundo. Foi escrito originalmente em 1726 sofrendo alteração em 1735.

O livro narra em quatro partes divididas por capítulos as quatro viagens vividas por Gulliver.

O livro inicia-se com um curto trecho em que Gulliver , no estilo dos livro da época, dá um breve resumo de sua vida e a história prévia de suas viagens. Ele diz que gosta de viajar, mas é esse seu amor às viagens que ocasiona a sua queda.

Na primeira viagem (Viagem a Liliput: 4 de Maio de 1699 a 13 de Abril de 1702) : Gulliver é levado a terra firme após um naufrágio e ao despertar encontra-se prisoneiro de uma raça de criaturas a um doze avos do tamanho de seres humanos normais, menos de quinze centímetros de altura, que são habitantes das ilhas vizinhas e rivais de Liliput e Blefuscu. Depois de dar garantias do seu bom comportamento, é dada a ele uma residência em Liliput e se torna um estimado da corte.Disso o livro segue as observações de Gulliver sobre o Tribunal de Liliput, que se destina a satirizar o tribunal de George I (rei da Inglaterra no momento da escrita das Viagens). Gulliver auxilia os liliputianos para subjugar seus vizinhos Blefuscudians roubando sua frota. No entanto, ele se recusa a submeter o país como uma província de Lilliput, desagradando o rei e a corte. Gulliver é acusado de traição e condenado a ficar cego. Com o auxílio de um suposto amigo, Gulliver foge para Blefuscu, onde ele acha e recupera um barco a vela abandonado que é resgatado por um navio que passava e este o leva com segurança para casa. A construção da residência que foi dada a Gulliver em Liliput é digina de reconhecimento, nesse ponto ele descreve como um edifício no qual ,alguns anos atras, ocorreu um assasinato foi abandonado. Swift nesta seção, está se revelando como um membro da maçonaria, sendo esta uma alusão ao assassinato do lendário mestre grande da Maçonaria, Hiram Abiff.

Na segunda viagem (Viagem a Brobdingnag: 20 de Junho de 1702 a 3 Junho de 1706) : quando o veleiro Adventure, fora de seu curso, é dirigido por tempestades e forçado a ir para terra firme por falta de água potável, Gulliver é abandonado por seus companheiros e encontrado por um fazendeiro de 22 metros de altura . Ele leva Gulliver para sua casa e sua filha cuida de Gulliver. O agricultor o trata com certa curiosidade e passa a exibir-lhe por dinheiro. A notícia se espalha e chega aos ouvidos da rainha de Brobdingnag pede para ver o show. Ela adora Gulliver, ele é então comprado por ela e mantido como um dos estimados na corte. Por Gulliver ser muito pequeno para usar as enormes cadeiras, camas, facas e garfos, a rainha ordena a fabricação de um pequeno recipiente e utensílios proporcionais a Gulliver para proporciona-lhe conforto. Esta recipiente é referido como a sua caixa de viagem. Entre as pequenas aventuras como a luta contra as vespas gigantes e quando ele foi levado para o telhado do palácio por um macaco, ele discute o estado da Europa com o rei. O Rei não se impressiona com as descrições de Gulliver da Europa, especialmente sobre a aprendizagem do uso de armas e canhões. Em uma viagem para o litoral, a sua "caixa de viagem" é tomada por uma águia gigante que a solta e a deixa cair no mar, onde é capturado por alguns marinheiros, que levam de volta para a Inglaterra.

Na terceira parte (Laputa, Balnibarbi, Luggnagg, Glubbdubdrib, e ao Japão: 5 de Agosto de 1706 a 16 de Abril de 1710) : após o navio de Gulliver ser atacado por piratas, ele é abandonado próximo a umas desertas ilhas rochosas, próximas à Índia. Felizmente, ele é resgatado pela ilha voadora de Laputa, um reino dedicada às artes da música e da matemática, mas incapaz de usá-los para fins práticos. Laputa tinha método de atirar pedras em cidades rebeldes de superfície, parece ser a primeira vez que o bombardeio foi concebido como um método de guerra. Enquanto isso, ele percorre o país como convidado de um cortesão de baixa patente e vê a ruína provocada pela busca cega da ciência sem resultados práticos, em uma sátira sobre a sociedade real e suas experiências. Gulliver é levado para Balnibarbi onde aguarda um comerciante holandês, que possa levá-lo para o Japão. Enquanto aguarda sua viagem de volta, Gulliver leva uma pequena parte da viagem para a ilha de Glubbdubdrib, onde ele visita o castelo de um mágico e discute a história com os fantasmas de figuras históricas. Em Luggnagg ele encontra os struldbrugs, infelizes que são imortais, mas não para sempre jovens, que com o passar da idade ficam com as fraquezas da velhice e são considerados legalmente mortos após oitenta anos de idade. Depois de alcançar o Japão, Gulliver pede as subvenções do imperador para dispensar as formalidades e seguir diretamente para sua terra. Gulliver volta para casa, determinado a ficar lá para o resto de seus dias.

Na quarta parte (Viagem ao país dos Houyhnhnms: 7 de Setembro de 1710 a 2 de Julho de 1715) : Apesar de sua intenção anterior de ficar em casa, Gulliver volta para o mar como o capitão de um navio mercante de 35 toneladas por estar entediado com o seu emprego de cirurgião. Nesta viagem, ele é forçado a adicionar novos membros para sua tripulação que ele acredita ter se voltado o resto da tripulação contra ele. Sofre um motim de piratas que depois de conte-lo por algum tempo resolvem deixá-lo no primeiro pedaço de terra que se deparassem e continuar como piratas. Ele é abandonado em um barco de desembarque e encontra primeiramente, já em terra, horríveis criaturas deformadas para com as quais ele toma uma violenta antipatia. Pouco tempo depois, ele encontra um cavalo inteligente e racional e começa a entender que os cavalos (na sua língua Houyhnhnm ou "perfeição da natureza") são os governantes e as criaturas deformadas ("Yahoos") são seres humanos em sua forma primitiva. Gulliver torna-se é considerado um membro da família do cavalo, e chega a admirar e imitar os Houyhnhnms e seu estilo de vida, adquirindo cada vez mais uma aversão aos seres humanos tomando-os meramente como Yahoos dotados de alguma aparência de razão, que a usam apenas para exacerbar e adicionar aos vícios que a natureza lhes deu. No entanto, para o conselho dos Houyhnhnms, Gulliver, o Yahoo com alguma aparência, é um perigo para sua civilização e ele é expulso .Ele é então resgatado, contra sua vontade, por um navio Português, e fica surpreso ao ver que o Capitão Pedro de Mendonça, um Yahoo, é uma pessoa sábia, cortês e generoso. Ele retorna para sua casa na Inglaterra, mas ele é incapaz de readaptar-se para viver novamente entre os Yahoos e torna-se um recluso, mantendo-se em sua casa, evitando ter grande contato com sua família , e passa a gastar várias horas por dia falando com os cavalos em suas cocheiras.

O livro traz a visão do autor Jonathan Swift (satírico, político influente, poeta e clérigo que se tornou decano da Catedral de St. Patrick, em Dublin) sobre a realidade de sua época. No livro traz-se, além de outras coisas, criticas profundas a sociedade da época, a política e a justiça, ao ser humano e a visão histórica que se tem atualmente, fazendo também uma alusão à nossa realidade.

Recomendamos este livro pois além de proporcionar interessante e enriquecida leitura permite o conhecimento sobre a realidade de uma época e a reflexão do passado, do que se tem atualmente e do que teremos no futuro. Temos plena convicção de sua leitura não trará desilusões ou arrependimentos, mas sim prazeres satisfatórios e poderá atiçar-lhe, ainda mais, a sede pelo conhecimento.